sábado, 26 de março de 2011

Humor em Português

Um fabuloso sketch humorístico de um programa de humor chamado "Os contemporâneos" (RTP1).

O que é, afinal, uma família normal?



Filho: Oh mãe, passa-me a rúcula.
Mãe: Toma lá, meu amor.
Pai: Pareces uma vaca, só come erva.
Mãe: Ai Celestino. Tu importas-te de não dizer essas coisas ao teu filho, se fazes favor?
Pai: Jorge, a gente tem de ter uma conversinha sobre a tua vida.
Filho: É melhor não falarmos sobre nada, tá (está) bem?
Pai: Não, não, não! Temos que falar, temos que falar! Eu já há muito tempo que ando para te perguntar isto. Eu vejo a maneira como tu andas aqui por casa. Eu tenho reparado nas horas a que tu chegas vindo da discoteca com os teus amigos homens e sobes lá para cima para o quarto. Eu não sou ceguinho! Jorge, olha para mim! Eu tenho de te fazer esta pergunta.
Mãe: Celestino, Celestino, tu não vás fazer nenhuma pergunta de que depois te vás arrepender. Quem pergunta o que não deve, ouve o que não quer.
Pai: Jorge, tu…tu…tu nunca mais sais de nossa casa?
Mãe: Oh Celestino!
Pai: É verdade, é verdade! A verdade é para ser dita. Eu com a idade deste marmanjo já tinha feito duas comissões em Angola. Porque é que tu não fazes como os teus amigos homossexuais…
Filha: GAYS!
Pai: Gays! E te casas, porra?
 Filho: Porque eu quero viver a vida, tá (está) bem?
Pai: Queres curtir a vida? Minha maluca, vê lá se pões algum tino nessa cabeça! Todos os dias é um gajo diferente lá em cima no teu quarto. Isto mais parece o balneário do Benfica! Porque é que tu não arranjas um emprego, hem? Porque é que tu não arranjas um emprego como cabeleireiro ou decorador de interiores, hem? Tu precisas é de um gajo mais velho que ponha algum tino nessa cabeça de doida.
Filho: Olha, e mesmo que eu me quisesse casar o Cavaco não deixa!
Pai: Ah, o Cavaco não deixa! Agora a culpa é do Cavaco, agora a culpa é do Cavaco.
Filho: Pois é!
Pai: Ai é? Está decidido. Quando o governo aprovar o casamento entre os gays, tu arranjas um homem decente e sais desta casa.
Mãe: Celestino!
Filha: Não estás a ser um bocado duro com o teu filho? Por favor!
Pai: Tu tá (está) mas é calado, camionista! Sim, estás defender o teu irmão mas tu és igual a ele. Tu queres é andar aí a curtir com uma e com outra, sua porca! Enquanto não arranjares uma gaja decente tu não tens voto na matéria.
Mãe: Diz o roto ao nu, diz o roto ao nu! Pensas que eu não sei? Que vais para a Serra da Estrela todos os fins-de-semana com o teu amigo, para dentro da cabana, como no filme.
Pai: Qual filme?
Mãe: O “Brockeback montas-me”.
Filha: MOUNTAIN!
Pai: E tu, ao domingo, nas reuniões de “tuppersex” com as outras? Olha! Pensas que eu não sei, não? Ando a dormir?
Mãe: Eu só me pergunto porque é que eu não tenho uma família normal? Porquê? Porque é que tu não me bates, hem? Eu tornava-me uma alcoólica, esta lambisgoia aparecia-me grávida em casa aos catorze anos de idade, e este marmanjão ficava no sofá dia e noite agarrado à consola e em frente à televisão. Pronto, normal, tudo uma família normal. Porquê? Porque é que eu não tenho uma família normal?
Filha: Porque és gorda!

Sem comentários:

Enviar um comentário